Não apenas a
ordem, mas também a escolha das palavras devem ser adequadas para a produção de
sentidos.
Os processos de escolha e combinação podem ser
representados por eixos. A combinação está associada a um eixo horizontal.
A escolha está associada a um eixo vertical.
Então: combinação >>> eixo horizontal / / / escolha
>>> eixo vertical.
Os níveis de descrição linguística
Quando a língua é analisada com a atenção voltada aos fonemas,
a descrição linguística ocorre no nível fonológico.
Se a observação privilegia a constituição das
palavras, a descrição ocorre no nível morfológico, levando em conta os
morfemas e suas associações.
Se a análise considerar as relações entre as
palavras no interior do enunciado (ao privilegiar a sintaxe dos
enunciados), a descrição linguística está no nível sintático. As
palavras agrupam-se nos enunciados conforme princípios de dependência e ordem,
formando sintagmas. Os sintagmas estruturam-se em torno de um núcleo.
A análise que considera simultaneamente os níveis
morfológico e sintático é chamada de morfossintaxe.
A análise da língua também pode estar centrada no significado
das palavras, nível semântico.
Quando a análise da língua privilegia o contexto
em que ocorre a interação, a descrição se dá no nível pragmático.
Assim: níveis de descrição:
Nível fonológico (fonemas), Nível morfológico (morfemas), Nível
sintático (relação entre palavras), Nível semântico (significado das palavras)
e Nível pragmático (contexto).
Escolher e combinar nos vários níveis da língua
A escolha e a combinação operam em todos os níveis da
língua para a produção de sentidos.
O uso de hipônimos e hiperônimos como recursos coesivos
Hiponímia e hiperonímia são dois tipos de
relação de sentido que pode haver entre palavras.
A hiponímia indica a relação que vai de uma palavra de sentido
mais específico para outra de sentido mais genérico > martelo e serrote
são hipônimos de ferramenta.
A hiperonímia indica a relação que vai de uma palavra de sentido
mais genérico para outra de sentido mais específico > ferramenta é
hiperônimo de martelo e serrote.
Assim:
hiponímia - do específico para o genérico >>> martelo é
hipônimo de ferramenta.
hiperonímia - do genérico para o específico >>> ferramenta é
hiperônimo de martelo.
ANOTE
Os hipônimos e os hiperônimos atual como recursos
coesivos, retomando ou antecipando um elemento textual por meio da
substituição. É comum que seja introduzido primeiro um hipônimo, de sentido
mais restrito, e que em seguida ele seja retomado por hiperônimos.
Coesão textual é o fator de textualidade responsável pela conexão
entre as partes do texto.
Na linguística de F. de Saussure, as
relações sintagmáticas opõem-se às relações associativas (Saussure não fala em
relações paradigmáticas). Os linguistas estruturalistas propuseram a distinção
entre eixo sintagmático (eixo horizontal de relações de sentido entre as
unidades da cadeia falada, que se dão em presença) e eixo paradigmático (eixo
vertical das relações virtuais entre as unidades comutáveis, que se dão em
ausência).
No primeiro eixo, abrem-se as relações que pertecem ao domínio da fala, por exemplo, os elementos que constituem o enunciado Estou a ler estão numa relação sintagmática; a segunda, pertence ao domínio da língua, por exemplo, leitura está em relação paradigmática com livro, leitor, ler, livraria, biblioteca, mas apenas um destes elementos pode ser válido no enunciado produzido. Neste caso, todas as palavras podem ser comutáveis, dependendo do contexto e da natureza do enunciado. Assim, no enunciado Estou a ler podemos comutar os elementos estou a por quero, detesto, vou, sei, etc.; e o elemento ler pode ser comutado por comer, escrever, correr, saltar, conduzir, etc.
Diz-se que todos estes elementos substituíveis estão em relação paradigmática. Estas relações sintagmáticas e paradigmáticas não se limitam ao nível lexical ou gramatical do signo, mas abrangem também o nível fonológico.
No primeiro eixo, abrem-se as relações que pertecem ao domínio da fala, por exemplo, os elementos que constituem o enunciado Estou a ler estão numa relação sintagmática; a segunda, pertence ao domínio da língua, por exemplo, leitura está em relação paradigmática com livro, leitor, ler, livraria, biblioteca, mas apenas um destes elementos pode ser válido no enunciado produzido. Neste caso, todas as palavras podem ser comutáveis, dependendo do contexto e da natureza do enunciado. Assim, no enunciado Estou a ler podemos comutar os elementos estou a por quero, detesto, vou, sei, etc.; e o elemento ler pode ser comutado por comer, escrever, correr, saltar, conduzir, etc.
Diz-se que todos estes elementos substituíveis estão em relação paradigmática. Estas relações sintagmáticas e paradigmáticas não se limitam ao nível lexical ou gramatical do signo, mas abrangem também o nível fonológico.